(Capítulos
anteriores: 001, 002, 003, 004, 005, 006, 007, 008, 009, 010, 011, 012, 013, 014, 015, 016, 017, 018, 019, 020, 021, 022, 023, 024, 025, 026, 027, 028, 029, 030, 031, 032, 033, 034, 035, 036, 037, 038, 039)
CAPITULO 40
A pedido de Jamie, Dave, Leo e Clive
apareceram na sala principal e estranharam o ar solene das três mulheres.
Muriel levantou-se e pediu:
- Leo, gostaria de
falar contigo em particular.
- Aconteceu al...
- É rápido.
- Está bem. -
respondeu intrigado.
Pegando-lhe na mão, Muriel levou-o para fora
da sala.
Dave não parava de olhar para Jamie. Na sua
voz de contrariado, avisou:
- Eu sou o senhor
deste castelo e como tal ordeno que me contes o que se passa imediatamente!
Jamie começou a comer entre um sorriso sem
ligar aos olhos azuis que a fixavam revelando uma crescente fúria. Desviou o olhar
e encontrou um Dave ameaçador. A sua resposta foi escolher o vinho a beber.
- Jamie Elmer, não
abuses da minha boa paciência! - Bateu com os punhos na mesa e gritou: - És a minha mulher e eu mando em ti!
- Mandas?
- Quero uma
resposta JÁ, senão...
- Senão o que
fazes?... Acalma-te. Dentro de minutos já saberás. Não sejas tão dramático. -
disse Jamie num grande sorriso. - Acordaste mal disposto hoje foi? Não notei...
- Não precisas
ficar assim.
- Não te metas,
Kate. Isto é só entre mim e a minha mulher. Tenho de te mostrar quem manda
aqui... Não tolero indiferença de nenhuma mulher! NENHUMA, ouviste?
Jamie olhou-o fixamente para depois suspirar
reprovadoramente com a cabeça.
- Dave, eu sei que
tudo ficará esclarecido. - insistiu Kate a medo.
- Clive, controla a
tua mulher.
- Ainda não entendi
o que se passa.
- O problema,
Clive, é que o teu amigo gosta de saber tudo que se passa neste lugar e agora
está perdido.
Dave aproximou-se dela e enterrou o punhal
com veemência na madeira.
- Ele está muito curioso.
- murmurou Jamie para Kate. - Já viste? E pensa que me mete medo.
- Jamie... tu não
me provoques.
- Calma. Só peço
para teres calma.
À beira do limite da tolerância, Dave
levantou-se e caminhou em direcção à porta por onde tinham saído Muriel e Leo.
- Não faças isso!
- Quem és tu para
mandar em mim? - respondeu ao parar.
- Ninguém... -
respondeu Jamie a cortar uma peça de fruta.
Quem fazia tudo por compreender o que se
passava, era Clive. Assistira à troca de palavras com uma cara de curiosidade.
Quando ia de novo perguntar a razão daqueles gestos e atitudes, Kate fez-lhe um
sinal para que se calasse. Prontamente, atendeu ao pedido da mulher.
Nesse momento, a porta da sala abriu-se e
dela surgiram Leo e Muriel. A felicidade radiava e iluminou a sala. Com Muriel
nos braços, Leo beijava-a sem parar.
- Vou ser pai,
Dave! Eu, PAI! Sou o homem mais feliz do mundo! Mano... vou ser pai!!!!!!!
Dave virou-se rapidamente e encontrou o olhar
de Jamie que sorriu levantando o sobrolho. O seu rosto mostrava também uma
clara desaprovação dos modos exagerados com que a bombardeara anteriormente.
Constrangido, Dave aproximou-se e ajoelhou-se.
- És um pateta!
Para quê tantas ameaças de senhor todo poderoso? Até parece que não me
conheces...
- Perdoa-me.
Exagerei.
- Pois exageraste.
Não cabia a mim contar a novidade. - prosseguiu beijando-o. - Estava a ver que
tinha de te prender para não fazeres uma asneira.
- Sabes que não
gosto de segredos entre nós.
- Eu sei. Mas
confesso que estava a gostar de ter enfurecer...
- Percebeste agora,
Clive? Não queríamos revelar a novidade. - declarou Kate.
- Muitos parabéns!
O meu amigo vai ser pai!! Uau! Estou feliz, muito mesmo.
- Obrigado, Clive.
Eu ainda não acredito. Foi a melhor prenda de anos que me podiam dar. - afirmou
Leo a olhar para Muriel.
- Vamos festejar!
Este dia vai ficar na história de Semy. Estou... estou feliz! - propôs Dave
enchendo todos os copos com vinho. - Meu irmão! - E abraçou-se a Leo.
- Não vais chorar,
pois não?
- Quem, eu?!! Um
Elmer não chora! - respondeu Dave entre uma gargalhada. - Vais parar de
trabalhar.
- Como?! Nem
pensar! Não vou conseguir ficar sem fazer nada.
- Leo...
- Não posso
contrariar a minha mulher, Dave. Agora não posso.
Um toque na porta sobrepôs-se às palavras de
felicidade. Os olhares de todos assistiram à entrada de Lann.
- Anda cá, Lann.
Apareceste na altura ideal para festejar. Vem festejar connosco.
- Festejar?
- Semy vai ter um
primeiro herdeiro. Vou ser pai, Lann! Pai! Não é uma maravilha?
- Os meus sinceros
parabéns.
- Alguma vez me
imaginaste nesse papel?
- Não.
- O que se passa
Lann? - inquiriu Dave.
- Trago-vos uma
notícia menos agradável.
- Dan Tolos vem a
Semy. - interveio Jamie quebrando o silêncio. A sua expressão tornara-se
preocupante.
- Sim,
precisamente.
- Não. - murmurou
Dave.
- Ele encontra-se a
pouca distância do castelo. Mas não traz escolta.
- Porque será que
esse homem tem o dom de estragar os momentos felizes? - resmungou Leo.
- Que faço, senhores?
Mando fechar os portais e colocar a guarda em alerta? Ordem de ataque?
- Deixa-o entrar.
Mas quero a guarda alerta e preparada para o travar ao mínimo gesto suspeito. -
ordenou Dave. - Quero os homens prontos em todos os cantos da cidade. Nós vamos
recebê-lo à entrada do castelo.
- E eu que estava
tão feliz... - murmurou Muriel.
Jamie afastou-se. O medo incentivava as
batidas do coração nos ouvidos. Era uma dor sem dor que lhe apertava o peito.
Será que teria de passar por tudo novamente?
Sem comentários:
Enviar um comentário