sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Semy (Capitulo 040)


(Capítulos anteriores: 001, 002, 003, 004, 005, 006, 007, 008, 009, 010, 011, 012, 013, 014, 015, 016, 017, 018, 019, 020, 021, 022, 023, 024, 025, 026, 027, 028, 029, 030, 031, 032, 033, 034, 035, 036, 037, 038, 039)

CAPITULO 40

  A pedido de Jamie, Dave, Leo e Clive apareceram na sala principal e estranharam o ar solene das três mulheres.
  Muriel levantou-se e pediu:
- Leo, gostaria de falar contigo em particular.
- Aconteceu al...
- É rápido.
- Está bem. - respondeu intrigado.
  Pegando-lhe na mão, Muriel levou-o para fora da sala.
  Dave não parava de olhar para Jamie. Na sua voz de contrariado, avisou:
- Eu sou o senhor deste castelo e como tal ordeno que me contes o que se passa imediatamente!
  Jamie começou a comer entre um sorriso sem ligar aos olhos azuis que a fixavam revelando uma crescente fúria. Desviou o olhar e encontrou um Dave ameaçador. A sua resposta foi escolher o vinho a beber.
- Jamie Elmer, não abuses da minha boa paciência! - Bateu com os punhos na mesa e gritou: - És a minha mulher e eu mando em ti!
- Mandas?
- Quero uma resposta JÁ, senão...
- Senão o que fazes?... Acalma-te. Dentro de minutos já saberás. Não sejas tão dramático. - disse Jamie num grande sorriso. - Acordaste mal disposto hoje foi? Não notei...
- Não precisas ficar assim.
- Não te metas, Kate. Isto é só entre mim e a minha mulher. Tenho de te mostrar quem manda aqui... Não tolero indiferença de nenhuma mulher! NENHUMA, ouviste?
  Jamie olhou-o fixamente para depois suspirar reprovadoramente com a cabeça.
- Dave, eu sei que tudo ficará esclarecido. - insistiu Kate a medo.
- Clive, controla a tua mulher.
- Ainda não entendi o que se passa.
- O problema, Clive, é que o teu amigo gosta de saber tudo que se passa neste lugar e agora está perdido.
  Dave aproximou-se dela e enterrou o punhal com veemência na madeira.
- Ele está muito curioso. - murmurou Jamie para Kate. - Já viste? E pensa que me mete medo.
- Jamie... tu não me provoques.
- Calma. Só peço para teres calma.
  À beira do limite da tolerância, Dave levantou-se e caminhou em direcção à porta por onde tinham saído Muriel e Leo.
- Não faças isso!
- Quem és tu para mandar em mim? - respondeu ao parar.
- Ninguém... - respondeu Jamie a cortar uma peça de fruta.
  Quem fazia tudo por compreender o que se passava, era Clive. Assistira à troca de palavras com uma cara de curiosidade. Quando ia de novo perguntar a razão daqueles gestos e atitudes, Kate fez-lhe um sinal para que se calasse. Prontamente, atendeu ao pedido da mulher.
  Nesse momento, a porta da sala abriu-se e dela surgiram Leo e Muriel. A felicidade radiava e iluminou a sala. Com Muriel nos braços, Leo beijava-a sem parar.
- Vou ser pai, Dave! Eu, PAI! Sou o homem mais feliz do mundo! Mano... vou ser pai!!!!!!!
  Dave virou-se rapidamente e encontrou o olhar de Jamie que sorriu levantando o sobrolho. O seu rosto mostrava também uma clara desaprovação dos modos exagerados com que a bombardeara anteriormente. Constrangido, Dave aproximou-se e ajoelhou-se.
- És um pateta! Para quê tantas ameaças de senhor todo poderoso? Até parece que não me conheces...
- Perdoa-me. Exagerei.
- Pois exageraste. Não cabia a mim contar a novidade. - prosseguiu beijando-o. - Estava a ver que tinha de te prender para não fazeres uma asneira.
- Sabes que não gosto de segredos entre nós.
- Eu sei. Mas confesso que estava a gostar de ter enfurecer...
- Percebeste agora, Clive? Não queríamos revelar a novidade. - declarou Kate.
- Muitos parabéns! O meu amigo vai ser pai!! Uau! Estou feliz, muito mesmo.
- Obrigado, Clive. Eu ainda não acredito. Foi a melhor prenda de anos que me podiam dar. - afirmou Leo a olhar para Muriel.
- Vamos festejar! Este dia vai ficar na história de Semy. Estou... estou feliz! - propôs Dave enchendo todos os copos com vinho. - Meu irmão! - E abraçou-se a Leo.
- Não vais chorar, pois não?
- Quem, eu?!! Um Elmer não chora! - respondeu Dave entre uma gargalhada. - Vais parar de trabalhar.
- Como?! Nem pensar! Não vou conseguir ficar sem fazer nada.
- Leo...
- Não posso contrariar a minha mulher, Dave. Agora não posso.
  Um toque na porta sobrepôs-se às palavras de felicidade. Os olhares de todos assistiram à entrada de Lann.
- Anda cá, Lann. Apareceste na altura ideal para festejar. Vem festejar connosco.
- Festejar?
- Semy vai ter um primeiro herdeiro. Vou ser pai, Lann! Pai! Não é uma maravilha?
- Os meus sinceros parabéns.
- Alguma vez me imaginaste nesse papel?
- Não.
- O que se passa Lann? - inquiriu Dave.
- Trago-vos uma notícia menos agradável.
- Dan Tolos vem a Semy. - interveio Jamie quebrando o silêncio. A sua expressão tornara-se preocupante.
- Sim, precisamente.
- Não. - murmurou Dave.
- Ele encontra-se a pouca distância do castelo. Mas não traz escolta.
- Porque será que esse homem tem o dom de estragar os momentos felizes? - resmungou Leo.
- Que faço, senhores? Mando fechar os portais e colocar a guarda em alerta? Ordem de ataque?
- Deixa-o entrar. Mas quero a guarda alerta e preparada para o travar ao mínimo gesto suspeito. - ordenou Dave. - Quero os homens prontos em todos os cantos da cidade. Nós vamos recebê-lo à entrada do castelo.
- E eu que estava tão feliz... - murmurou Muriel.
  Jamie afastou-se. O medo incentivava as batidas do coração nos ouvidos. Era uma dor sem dor que lhe apertava o peito.
  Será que teria de passar por tudo novamente?

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