quarta-feira, 11 de maio de 2011

Semy (Capitulo 030)

(Capítulos anteriores: 001, 002, 003, 004, 005, 006, 007, 008, 009, 010, 011, 012, 013, 014, 015, 016, 017, 018, 019, 020, 021, 022, 023, 024, 025, 026, 027, 028, 029)




CAPITULO 30

- Foi esperto... Muito esperto. Ele sabia que ninguém o esperava de noite e conhecia bem o estado do portal da fortaleza. - declarou Leo sentado na sua cadeira da sala principal. - Não acreditámos que fosse capaz de nos desafiar desta maneira... Foi longe demais.
- Agora, CHEGA!!! - gritou Dave dando um murro na mesa. - Ele quer guerra, pois guerra terá. Chamem todos os homens disponíveis. Imediatamente! - Virou-se para a lareira. Pensou um pouco e esticando o braço, pediu: - Não! Esperem.
Os guerreiros antes de fecharem a porta ainda ouviram a voz forte do seu senhor e voltaram rapidamente para junto da grande mesa. Leo e Clive esperavam com curiosidade o que ele iria dizer.
- Acabei de pensar numa resolução vantajosa para o nosso lado e que ele não vai estar à espera. Vamos ser nós a surpreendê-lo também. Lann, escolhe os trinta melhores elementos da nossa guarda e trá-los aqui. Depressa!
- É para já!
Lann e os guardas abandonaram a sala.
- Qual é a tua ideia? - indagou Clive aproximando-se de Dave.
Este, que olhava para as chamas da lareira, desviou o olhar e encarou os dois com uma expressão de satisfação.
- Dan está à espera de um ataque em massa das nossas tropas assim que nós soubermos do rapto. E é precisamente o que não iremos fazer. Vamos deixá-lo na expectativa do momento ideal do ataque. Isso vai atormentá-lo e muito. É simples o meu plano... - Depois de uma pausa prosseguiu. - Vamos entrar em Nastro disfarçados de mulheres, escondidos em carroças.
- O quê???? Como? - exclamou Leo - Nós somos altos demais para passarmos por mulheres. E onde vamos arranjar carroças suficientemente grandes sem que os guardas notem diferença? Não sei onde é que está a simplicidade deste...
- Poderemos confiar nos escravos que estão em Nastro.
- Não estou a ver como este plano possa dar certo baseado nessa tua grande certeza!
- Se o medo for maior que a disponibilidade da ajuda diremos que se nos meterem dentro da cidade, regressarão a Semy. Daremos essa garantia. Acredito que não existe medo algum que resista a uma proposta dessas. Lembrem-se de que a época de colheitas ainda decorre em Nastro... circulam carroças pelos campos... Preciso acrescentar algo mais para vos convencer?
- Bem pensado, Dave. - disse Clive - Já estou a entender... Eles trarão as carroças para perto de onde nos escondermos e nós metemo-nos lá dentro. Plano genial. E para o primeiro contacto com os escravos vestimos um ou dois guardas mais pequenos com roupas de mulher.
- Exactamente.
- Não sei... continuo com dúvidas... Existem muito poucos homens pequenos na nossa guarda. Não sei se serão muito convincentes no papel de mulheres se passarem por algum guarda de Dan Tolos.
- Leo, devem existir pelo menos dois! - contrapôs Clive.
- Até parece que não sabes quem tens na guarda. Eu conheço cada um deles. Sei bem o que farão por elas.
Nesse momento a porta da sala abriu-se e entraram mais do que os trinta guardas pedidos por Dave.
- Mas que rapidez na escolha...
- Quando saí da torre encontrei o pátio cheio de voluntários. - explicou Lann. - Não precisei de ir mais longe. Todos querem o bem desta cidade e de seus senhores. Esta cidade gosta muito das noivas de vossas senhorias.
Os Elmer agradeceram e explicaram o seu plano inclusive a etapa do reforço de tropas após a entrada em Nastro que seria fundamental na fase da fuga da cidade.
Os guardas concordaram.
- Vamos a isto senhores que não podemos perder tempo. - disse Dave pegando na sua espada. - O dia está a nascer e já temos luz para o caminho.
.. Enquanto que Lann ficou a preparar o grupo de guardas que os iriam ajudar na fuga no final do assalto a Nastro, os Elmer e seus homens abandonaram Semy.
De coração apertado, cavalgaram através do longo e largo vale que ligava as duas cidades. Uma breve brisa passou por todos agitando-lhes as capas e cabelos. Na sua forma simples, desejava-lhes sorte.

Sem comentários:

Enviar um comentário