segunda-feira, 9 de maio de 2011

Não sou princesa

Não sou a princesa que no teu secreto ser chamas,
sou apenas um ser que precisa voar para ter terra onde pousar.
Sou folha, sou seiva, sou o corpo que clamas,
neste desejo que o teu amor nunca ousou ousar.

Néctar que me consomes na verdade da fantasia,
naquela verdade que só nós os dois queremos,
no crepúsculo de um dia que cresce em demasia,
não nos dando espaço para o amor que fizemos.

Na tinta que derramámos, no soalho de escrevemos,
com os corpos desnudados de instantes medos,
partimos em céus distantes e, assim, devemos
momentos que nos afastam dos cruéis rochedos.

Capitão pirata que comandaste meus mares,
nas tempestades que não soubemos domar.
Caíste nos meus braços que te travaram de agitares
as cordas que atirei sem saber te amar.

Jogámos em batalhas de completa destreza.
Foste corsário dos meus beijos e, eu, fui pirata das tuas fantasias,
presa às carícias que nos enrolaram nas ondas de esperteza
de tempos que prendemos na pele de danças cortesias.

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