sábado, 21 de agosto de 2010

Semy (Capitulo 013)

(Capítulos anteriores: 001, 002, 003, 004, 005, 006, 007, 008, 009, 010, 011, 012)

CAPITULO 13

Quando chegaram ao pátio, quem os esperava era Wise Sage. De mãos atrás das costas, parecia esperar com ansiedade alguém.
- Wise Sage! Não o víamos desde que se meteu dentro da sua cabana, e já passaram mais de cinco meses. Está bem? O que tem feito? - perguntou Dave com um leve sorriso desmontando da montada. - Só sabíamos notícias suas por Lann ou por Jullien.
- Sim, estive solitário... Quanto ao tempo que passei escondido na minha querida casa serviu para estudar e preparar uns assuntos importantes, uns assuntos meus. Saí para respirar ar fresco e...
Pelo canto do olho, o sábio apercebeu-se da chegada dos escravos e da figura desgrenhada e abatida de Jamie. Muriel chegou junto da amiga e abraçou-a. Entre cochichos nem repararam que Wise Sage lhes dirigiu a palavra:
- ... e receber as heroínas. - Surpreendeu-as quando pegou nas mãos com um ar feliz. - Nunca me canso de vos elogiar.
Jamie retirou a mão devagar e pediu:
- Por favor, não diga isso. Peço-lhe. Eu apenas fiz a minha obrigação. Com a vossa licença, preciso ir. - E afastou-se visivelmente embaraçada.
Ao mesmo tempo que trocava olhares cúmplices com Leo, Muriel falou ao ouvido do mago:
- Senhor Wise Sage, ela gosta de ajudar pessoas. Desde que a conheço que assim é. Jamie encara a injustiça como, como um monstro com quem gosta de medir forças. Tenta pôr bem o que está mal. Mas não gosta de destaque... - E afastou-se puxando Kate.
Leo observou a entrada das duas no interior do castelo e depois encontrou o olhar de aprovação de Jullien.
- Jullien, meu rapaz, precisamos ter uma conversa.
- Não me aconteceu nada, tio! Estou bem.
Apontou para a sua casa e Jullien contrariado caminhou para ela. Desviando os olhos verdes para Dave, Wise Sage disse-lhe:
- Logo após o jantar necessito falar contigo e com o teu irmão. Tu também deves aparecer, Clive. - Respirou fundo endireitando-se um pouco e acrescentou: - O vosso pai deixou-me uma tarefa complexa e determinante. Mais logo lhes revelarei do que se trata. Agora vou beber um chá do Lann. Tenho de recuperar os dias perdidos. - Passo entre passo, o velho senhor aproximou-se da casa de madeira.
- Eu cada vez percebo menos do que este velho diz. - murmurou Leo.
- Não sei que trabalho é que o vosso pai lhe deixou.
- Eu tenho um pressentimento do que será. - disse Dave pensativo.
- O que é?
- Vamos ver o gado. Não podemos parar.
- Gostaria muito de saber quem eram aqueles homens. Tenho a certeza absoluta de que eram de Nastro.
- Por esta altura Dan já saberá que há escravas novas em Semy.
Dave levantou o olhar para Clive e nada disse.
- Não duvido. O que vamos fazer, Dave?
- Evitar o confronto. - Entregou o cavalo a um escravo e olhando para uma certa janela da torre acrescentou: - Caso contrário terá uma surpresa desagradável.

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