segunda-feira, 7 de junho de 2010

Semy (Capitulo 005)

(Capítulos anteriores: 001, 002, 003, 004)

CAPITULO 5

Felizmente as três jovens não tinham morrido, mas depararam-se com um mundo totalmente desconhecido.
O lugar era, em muitos aspectos, semelhante a algumas paisagens da Terra. Do alto de um rochedo, Jamie, Muriel e Kate observaram o território. Longos campos verdes, lagos de água límpida e flores, variadas flores silvestres, faziam parte do muito existente naquele sítio. Até parecia que não tinham abandonado o seu belo planeta azul. Contudo, o que mais queriam ver não lhes aparecia no horizonte. Não existia um único sinal de vida humana. Era como se tivessem chegado a um lugar virgem, pronto a ser habitado e vivido.
Iniciaram a sua caminhada sobre o calor da estrela que iluminava o mundo desconhecido. Para elas, aquela estrela seria o já saudoso Sol.
A sensação de sede e de fome começava a assolar sem piedade. Perante uma solidão imposta, era o que mais as preocupava. Tudo parecia puro, mas, e se não o fosse? Se não encontraram a morte na viagem, o envenenamento poderia ser o modo rápido de a verem pela frente.
- Gostaria tanto de saber para onde é que aquele filho da mãe nos mandou. - comentou Jamie enquanto caminhavam pelo meio de um campo de papoilas em direcção a um grupo de grandes árvores. - Tenho a ligeira sensação de que nunca mais veremos um carro na nossa vida e é se existem humanos neste lugar. Já sei que vão dizer que sou a pessimista mas desta vez tenho razão.
Muriel baixou o rosto perdido de medo.
- Acredito que deve haver alguém por aqui. Nunca se sabe. Em todos os lugares existem grandes áreas sem sinal de gente. Vou dar-te um exemplo: as grandes pradarias ou o Grand Canyon. - lembrou Kate a limpar o suor do pescoço. - Não é? E há pessoas...
- Sim, sim, e nós estamos no oceano Atlântico, no centro da civilização do Triângulo das Bermudas, portanto, num outro mundo. Assim já estou mais tranquila. - gracejou Jamie olhando para o céu.
- Estava a falar a sério, não precisas de ser irónica comigo. Não fui eu quem decidiu ir trabalhar para aquele homem. - resmungou Kate.
- Eu sabia que um dia irias acusar-me disso!
- Parem! Todas nós somos culpadas. Todas nós aceitámos e até gostámos de trabalhar com ele. Nunca imaginámos que John fosse um cientista tão louco ao ponto de nos sacrificar numa viagem sem regresso a um mundo misterioso que nem ele próprio sabia o que era. Conseguiremos sobreviver, estou certa. Possuímos força nos braços e inteligência suficiente para lutarmos contra os possíveis perigos existentes aqui. Aprenderemos a caçar, a construir abrigos...
- Ohh que giro... - murmurou Jamie fazendo uma careta.
- Acima de tudo, não poderemos desistir.
- Desculpa, Jamie, a Muriel tem toda a razão. Precisamos de unir forças. Estou a ficar com fome. Já passou quase um dia e ainda não comemos nada. Só andámos. Andámos. Estou estafada!
- Até agora só encontrámos árvores com flores e nada de frutos. Chegámos numa má altura. - acrescentou Muriel.
- Não morremos durante a viagem, mas vamos morrer de fome. Parece-me que neste lugar a duração de um dia é igual ao da Terra. É muito possível que não tenhamos abandonado o planeta... ou então, estamos mesmo numa outra dimensão semelhante aquela onde sempre vivemos. Bhah! É melhor esquecer tudo isso. Vamos descansar durante a noite debaixo desta árvore. Veremos o que nos reserva o dia de amanhã. Por hoje, já chega de tanto caminhar.
- Ainda bem que não está frio. - afirmou Kate.
- Também não está calor.
- Tu raramente sentes calor, Jamie. És a maior friorenta que eu conheço.
- Boa noite, para vocês. - desejou Muriel deitando-se sobre a vegetação macia do chão.
Devido ao cansaço, adormeceram rapidamente. Apertadas umas contra as outras, aqueciam-se mutuamente. Nenhuma parecia recordar-se do lugar onde permaneciam. Em sonhos, tinham voltado à sua querida casa, aquela que nunca mais veriam.
No outro dia quando acordaram bem cedo, depararam com algo que não estava nos seus planos e muito para além da sua imaginação.
Jamie foi a primeira a despertar. Espreguiçou-se e quando abriu os olhos, viu a ponta de uma espada. Foi então que reparou pelo canto do olho, que não era somente ela quem tinha aquele objecto junto ao peito. Olhou para cima, e observou os donos das espadas.

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