quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Semy (Capitulo 022)

(Capítulos anteriores: 001, 002, 003, 004, 005, 006, 007, 008, 009, 010, 011, 012, 013, 014, 015, 016, 017, 018, 019, 020, 021)

CAPITULO 22

Quando o dia surgiu com a estrela a brilhar intensamente, a luz que entrava por uma das janelas do quarto incidiu sobre o rosto de Dave, despertando-o. Admirado, reparou que Jamie ainda dormia. Aproximou-se da cama de dossel claro e gritou furioso:
- Basta de tanto dormir! BASTAAAA!!!!
Ouvindo o grito, Jamie acordou e abriu várias vezes os olhos. Sentia-se algo zonza e de inicio mal conseguiu ver onde estava. A primeira imagem que lhe apareceu à frente foi a de Dave Egon em pé com as mãos na cintura, em tronco nu, olhando-a com uma cara zangada. Lembrou-se de o ter visto em tal trajo uma vez, no início dos dias em Semy, em que indo arrumar o seu quarto reparara que o governante não dormira só. Vira um vulto desaparecer da sala com rapidez. Tinha sido uma escrava que mais tarde se tornaria companheira de tarefas.
- Hummmm... O que faço aqui? - perguntou sentando-se na cama ao mesmo tempo que massajava os olhos. - Não compreendo... O que aconteceu? Ai, que sono!...
- Fui eu quem te trouxe. Precisamos ter uma conversa muito séria. E já estou farto de estar à espera.
- Conversa séria, senhor? Não estou a entender nada... Ai a minha cabeça! - Jamie fechou momentaneamente os olhos e sentou-se. - Não sei porque estou assim tão estranha, mas, senhor... falarei consigo assim que conseguir levantar-me daqui... Podemos falar lá fora que é...
- Não vais sair deste quarto. - respondeu Dave que agarrando-a pela cintura atirou-a novamente para cima da cama. - É uma ordem!
.. Visivelmente incomodada, Jamie acordou depressa e ripostou:
- Ordem? Não saio, senhor?! Perdão pela resposta, mas isso é o que iremos ver. Por favor, não me trate como uma das suas escravas íntimas porque não estou na sua lista de conquistas. Há aqui, certamente, algum equívoco...
Pensando que Jamie ia sair pelo mesmo sítio, Dave colocou-se à frente da cama. Todavia, ela escapou-se por um dos lados do leito num rodopiar rápido do seu corpo e correu para o meio do quarto. Ele virou-se e manteve-se no mesmo lugar, observando-a.
- Por favor, senhor, Vamos conversar noutro lugar. Peço-lhe. Não sirvo para o que está a pensar.
- E o que é que eu estou a pensar?
- Sabe muito bem. Tem escravas bem mais lindas que adorariam estar consigo. Por favor, deixe-me ir tratar das minhas tarefas. Não sirvo nada para o que pretende!!
Jamie correu em direcção à porta mas ao constatar que esta se encontrava fechada começou a resmungar e o medo aumentou. Estava mesmo presa naquele lugar com um homem cheio de desejo que a queria ter à força.
Despreocupado e de braços cruzados, Dave mirava-a. Admirava os movimentos do seu corpo debaixo da tapeçaria que cobria a entrada do quarto. Sabia que estava a tentar abrir a porta, mas o esforço seria inútil. Com o cabelo despenteado e visivelmente zangada, ela apareceu.
- A porta.... A porta, senhor, está fechada à chave! Raios! Preciso da chave, senhor. Por favor, dê-ma!
- Não.
Jamie suspirou e iniciou a sua busca. Levantou almofadas, viu dentro das arcas que guardavam as roupas de Dave, e este observava-a sem uma palavra de repreensão. Parecia apreciar a cena. Pegou num copo e bebeu água calmamente.
- Por favor, senhor... Eu quero a chave. - pediu ela já cansada.
Dave aproximou-se da escrava.
- Não se aproxime... não... Não! Nãooo! - dizia ela ao mesmo tempo que caminhava para trás. - Eu só quero a chave, nada mais, senhor. Eu vou chamar alguém para lhe fazer companhia. Eu não sirvo para o que precisa.
- Serves sim... Eu amo-te, Jamie.
- Não se aproxime, senhor, por favor! Não se aproxime!! Hahh? O que disse?
- Eu amo-te, mulher!!. Quero casar contigo o mais depressa possível!
Jamie abriu os olhos e caminhou para trás.
- Eu?!!! Não... não...
- Quero que sejas a dona de Semy.
- Jamais! Se isso é uma reles tentativa para me apanhar, não está a surtir qualquer efeito!! Não se aproxime mais! Eu, eu, eu quando estou zangada sou muito má. Ficará arrependido. Posso aleijá-lo. Por favor, senhor, deixe-me sair daqui. Não me force a nada.
Vendo que não parava, Jamie começou a atirar-lhe com almofadas. Desviando-se de todas elas, Dave começou a correr para a rapariga e ela fugindo-lhe, colocou-se por detrás da mesa. Jamie procurava com o olhar algo que pudesse usar para se defender. Dave tinha ocultado tudo. Começou a fugir novamente e foi apanhada pela cintura e, numa rapidez de mestre, Dave colocou-a ao ombro. Jamie resmungou furiosa e bateu com as mãos fechadas nas costas do forte Elmer. Mas nem assim ele desistiu. Levou-a de volta para a cama. Jamie tentou escapar, mas já familiarizado com as suas atitudes, segurou-a bem pelos braços e colocou-se em cima dela para lhe prender as pernas que não paravam de dar pontapés.
- Vais acabar por parar, teimosa!! Eu não vou sair daqui. Não te vou libertar!
Jamie tentava espernear de todos os modos possíveis mas estava completamente imobilizada. A respirar depressa pelo cansaço, parou.
- Agora que já estás quietinha... já posso falar contigo. E vais ouvir de uma vez por todas o que te tenho para dizer e CALADA!! Eu já não consigo esconder mais o que sinto por ti. Amo-te demasiado, mulher, para viver longe de ti. Já não consigo passar nem mais um minuto sem te sentir. Eu não consigo dormir, eu não consigo trabalhar, eu não tenho cabeça para mais nada a não ser para te ver. Quero-te a meu lado todas as horas, toda a vida que me resta! Quero respirar-te em cada nascer do sol e beijar-te em cada adormecer do dia! Eu adoro-te, Jamie! Como nunca julguei adorar ninguém!
E beijou-a.
No início do beijo, Jamie resmungava em murmúrios abafados pelos lábios exploradores de Dave. Conseguiu libertar os braços, começou a bater nas costas do formoso senhor de Semy e a tentar afastá-lo de si. Mas à medida que o beijo durava, reduziu a intensidade da sua fúria até que acabou por o abraçar ternamente. Acariciou-o no rosto e rendeu-se aos beijos que mal os deixavam respirar. Pararam por instantes, ofegantes e, de testas coladas, Jamie confessou:
- Oh Dave... espero que não seja tudo um engano teu...
- Cala-te doida! Enganado andei eu todo este tempo. Quero-te tanto, mulher, que dói demais!!!
- Amo-te... - sussurrou ela junto ao ouvido de Dave. E fechando os olhos beijou-o. - Sim... se é assim que desejas, serei a tua companheira.
E riram os dois.
- Temos sido uns idiotas...
- Temos sim... e já perdemos tanto tempo... - disse Dave beijando-a de novo.
E naquele quarto o tempo parou quando os corpos se uniram e gritaram suspiros e arrepios selando o que há muito estava escrito no destino de Semy.
Mas o destino apenas escrevera o início da sua história.

Sem comentários:

Enviar um comentário