quarta-feira, 18 de maio de 2011

Não te assustes

Não te assustes se eu me tornar brisa
para te acariciar o rosto.
Não te assustes se eu virar Lua
para guardar os teus segredos.
Não te assustes se eu me tornar noite
para te depositar os beijos prometidos.
Não te assustes se eu virar balão
para te puxar as vontades.
Não te assustes se eu me tornar vinho
para sentir os teus lábios.
Não te assustes se eu virar lágrima
para te limpar as raivas.
Não te assustes se eu me tornar terra
para receber a tua semente.
Não te assustes se eu virar onda
para te tocar em cada encontro na praia.
Não te assustes se eu me tornar tinta
para escreveres um poema.
Não te assustes se eu virar folha perdida
porque navego no teu vento.
Não te assustes se eu me tornar no tempo
para te decidir o futuro.
Não te assustes se eu virar espera
porque tens de me conhecer.
Não te assustes se eu me tornar pedra
para te sentares quando estás sem forças.
Não te assustes se eu virar nuvem
para te decorar o céu que admiras.
Não te assustes se eu me tornar fome
para que me alimentes.
Não te assustes se eu virar momento
porque preciso do teu instante.
Não te assustes se eu me tornar espelho
para te ver duas vezes.
Não te assustes se eu virar lenda
para me leres curioso.
Não te assustes se eu me tornar esperança
para te ver feliz.
Não te assustes se eu virar água
para deslizar pelo teu corpo.
Não te assustes se eu me tornar beijo
para nunca me esqueceres.
Não te assustes se eu virar floresta
para te confortar no silêncio.

Não te assustes se eu for simplesmente quem tu sonhaste.



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