Todos sabem que sou marciana. Quem não sabe fica agora a saber.
Mas o que muitos não sabem é o que aqui ando a fazer, aqui neste planeta à beira espaço plantado.
Decidi, então, escrever uma espécie de memórias e comentários. Digamos que vou escrever sobre a Terra e seu seres, vista pelos olhos de uma marciana desterrada neste rochedo flutuante.
E vamos começar pela origem...
Chamo-me Ijutgrfftyu e nasci há 444 anos terrestres numa cidade no equador de Marte (para perceberem mais ou menos a localização). Desde cedo demonstrei grande capacidade para descobrir coisas. Foi a minha mãe a responsável por puxar pela minha curiosidade - característica tipicamente marciana mas hiper desenvolvida em mim - e pela minha futura predilecção por planetas vizinhos. E foi assim que me tornei obsessiva com um, apesar de a minha mãe avisar-me vezes sem conta que fugisse dele. Já perceberam de que planeta estou a falar?
Quem a mandou dar-me em bebé miniaturas de planetas para eu brincar????
Cresci a estudar a Terra e sua fascinante Lua.
Formei-me em Técnica Avançada de Investigação Inter-Planetária para além de outros cursos complementares que fizeram com que entrasse para a Academia do Alto Comando muito cedo.
E foi lá que me traçaram o destino: estudar exaustivamente a vida do planeta chamado Terra. (a olhar para o planeta em miniatura a rodar na minha mão)
Conseguem imaginar tamanha tarefa? Pois eu não. Ainda hoje não vi o fundo ao tacho o que significa que vou andar por aqui muito e muito tempo.
(suspiros) Ai o que as minhas antenas vão ter de aguentar!!
Confesso que no dia que cheguei estava deveras nervosa. As antenas tremiam que nem varas verdes.
É que a viagem entre Marte e a Terra, na minha simples nave de dois lugares, é rapidíssima, quase instantânea, isto para entendimento terráqueo. A entrada na atmosfera é que provoca sempre interferências com as antenas principalmente com a direita que é muito emotiva e rebelde. Este pormenor foi logo a minha primeira lição mal pousei o pezinho, lindo por sinal, neste planeta e mais concretamente num país chamado Portugal, numa cidade intitulada Lisboa.
Como já perceberam, tenho duas antenas que, ao contrário que todos pensam (a ver as pontas das antenas a espreitarem o que escrevo), não se encontram na testa mas atrás das orelhas. Uma é emotiva e a outra muito Marte a Marte, perdão, Terra a Terra. No meio fica a minha cabeça a tentar controlar estas duas desmioladas com que nasci. Não é mesmo nada ser marciana neste planeta como irão descobrir.
E lá fui eu crescendo, dia a dia, ano a ano, até que cheguei ao tempo presente sempre com muito para dizer e resmungar porque é outra das características dos marcianos da minha geração: serem muito resmungões.
Mas chega de falar de mim. É tempo de ir falar de vós... e, sim, de ti que estás a ler.
Ainda só vou a meio da minha investigação e já descobri tanta coisa.
Mas muito ainda continua um mistério para mim.
Meus amores, ailalô!
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
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Parabéns
ResponderEliminarGostei muito
Vou ficar atento aos novos textos
Bem-vinda Marcianita, te desejo sucesso em sua nova empreitada interplanetária. Uhuuu e já dei boas risadas aqui. Bem, e que venham as marcianices, estou curiosa para saber o que você descobriu nas suas andanças pelo meu lindo planeta Azul!
ResponderEliminarBeijos e parabéns!
P.S. Depois soletra o teu nome, o bichinho é complicado, viu? Bem que poderia ser um número tipo: Isv513 heheh
Como sou cusca e "tonta", vou estar atenta.
ResponderEliminarO que irá sair dessas antenas!!!!......
Parabéns!
Marte rende-se a Terra! heheheheheh
ResponderEliminarBoa crónica. Gostei bastante.
Vou ficar com as minhas antenas celestes ligada aqui! ;)
Agradecida pelas vossas palavras :) Semanalmente lá irei colocar a minha crónica.
ResponderEliminarJosé: ficarei à espera :-)
Rosa: falar marciano não é facil lololololololololol
São: gosto das tuas cusquices por aqui!
Vilma: Tu já viste no que me meti? ;-)
"uma espécie de memórias"?! Mas tu lembras-te de alguma coisa depois do rum que ingeres?
ResponderEliminarE se és marciana, porque é que tens nome de vulcão islandês?
E estás bem conservada para 444 anos, não te dava mais de 435.
Meu caro Asulado, rum é água para marcianos, já te expliquei isso ;) eheheh
ResponderEliminar435? ai que simpático lolololololol
Digamos que os islandeses têm uma forte influêmcia marciana na atribuição de nomes...
Ailalô Ijutgrfftyu,
ResponderEliminarlamfirhgnç+fknog8igng vodhbcscjçmkopj vm vbcnzkjdxc vbno+zxocvmn zoecm9vo mjz+pqzºALMCVNGCMX,Z<OECVNHMXZ,9QEUNRVCUMNXOXDFV YNHGHYGUINEDGHJFC JOZXIUGVHDYHuxhcfivncukvgcnheuvhcnxrhfiguh!!!!
ghgykjkk,
Ailalô didijemoi
lololololololololol boa tentativa :-))))))))))))))))
ResponderEliminarUma vez que a nossa marciana aportou à Terra, vai então constatar que há por aqui fome e pavor, bruxos e guerreiros, piratas e negociantes, oligarcas e monarcas e não existe um único lugar onde não se encontrem pegadas, demasiadas pegadas. JRoqueMelo
ResponderEliminarai JRoque... constatei tanta coisa... E é disso que vou andar a falar ;-)
ResponderEliminarAilalô Ijutgrfftyu :) Tudo bem? Bem-vinda ao noso planeta :)
ResponderEliminarp.s: Isa, adorei o inicio das aventuras da marciana :) vou ficar atento às próximas :) bjinho
A coisa parece "simples". É porém necessário viver aqui, com os pés na Terra, durante algum tempo, para ter uma ideia de como é espantosa, trágica e grotesca, a singularidade da vida neste planeta. Deixei-lhe algumas sugestões para futuros capítulos. Estou entre os seus leitores.Abraço JroqueMelo
ResponderEliminar'brigada César :-) Beijokas de volta
ResponderEliminarJRoque, Ohhh este planeta é espantoso e terrível ao mesmo tempo ;) Sugestões anotadas nas antenas!
Oi, Ijutgrfftyu!
ResponderEliminarMarciana!
Já chegas cheia de bom-humor!
Adoro isto!
Olhes que por aqui costumam andar seres estranhos. Daqueles que não têm antenas como as tuas e procuram compreender-se, mas...
Que as tuas investigações pela Terra sejam um sucesso e que continues a dividir conosco tuas descobertas. ;)
Eu... estou a ler?
ResponderEliminarNão sei, não!
Estou já na espera
da continuação!...
E, já agora, não tem medo de se ter enganado de planeta?
ResponderEliminarJRoqueMelo
Olá Rita :-) Vou tentar falar de tudo sempre com uma pitada de humor (se conseguir, porque não é fácil)
ResponderEliminarManuel, sempre a rimar, pois então ;-)
JRoque, posso vir a arrepender-me mas acho este planeta absolutamente fascinante pelas suas riquezas e contradições ;-) É um verdadeiro desafio.
Já deve ter verificado que a Terra é um enorme manicómio. Ainda assim, não tem medo de se ter enganado de planeta?
ResponderEliminarJRoqueMelo
Não.
ResponderEliminarSei que é neste que me sinto, de algum modo, em 'casa' ;-)
E já viu que neste planeta só há seres de cor branca, preta e amarela? Que cores horríveis! Ainda assim, não tem medo de se ter enganado de planeta?
ResponderEliminarJRoqueMelo
E em Marte é tudo verde! Não é monótono? ;-)
ResponderEliminarJá fui enganada, confesso. Mas agora estou mais alerta ;-) Sempre a aprender!
E os seus habitantes maníacos, melancólicos, pretensiosos, ascetas, néscios, ociosos, idiotas, parolos, mesquinhos, brutos? ... Não se assuste, é tudo boa gente, o perigo não vem daqui.
ResponderEliminarJRoqueMelo
Pois não ;-) vem dos que parecem ser anjinhos eheheheh
ResponderEliminarAqueles, que são boa gente (maníacos, melancólicos, pretensiosos, ascetas, néscios, ociosos, idiotas, parolos, mesquinhos, brutos), são a imensa maioria. O perigo está nos outros, nas minorias ...
ResponderEliminarJRoqueMelo
Já desistiu, vê como eles são maníacos?
ResponderEliminarJRoqueMelo
Eu desistir?? Jamé!! ;-)
ResponderEliminarOutras singularidades deste planeta: não pode alimentar todos os seus habitantes; muitos morrem vítimas de epidemias, guerras, desastres naturais, ou devido ao uso de drogas, de alimentos com químicos, metais pesados, dioxinas; rebanhos de religiosos e de profanos são vítimas de excessos de fieis contendores; e, muitos outros, morrem simplesmente por solidão, abandono ou suicídio. Se não me acredita ...
ResponderEliminarÉ verdade. É a falta de sentido de comunidade que existe nos terráqueos. O egoismo é deveras dominante. Em Marte, acontece o oposto. Por acaso vou tocar levemente neste assunto na próxima crónica ;-)
ResponderEliminarmarciana gostei mto. vai em frente e ... tudo de BOM! jokas
ResponderEliminarPriminha adooooorei! Dia feliiiiiiiz!!!
ResponderEliminarPriminha Adooooooooorei! Dia feliiiiiiiz neste planeta onde nasceste ha 45 anos plenos de luz
ResponderEliminareheheheh :-) 'brigada! Agora já conheces o meu cantinho de escritas
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