segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Loucura

Na beira de tudo e fechada no nada, estendo a mão para te aceitar,
loucura feita corpo de homem que me respira em nossos dias,
regressado e ansioso por me povoar em cada suspiro do meu amar,
agarrado de anos do que foi, é e será e que feito coragem largou cobardias.

Passei a vida agarrada a ti, precioso ser de escrito destino,
a criar caminhos em vão mas ensinando estas mãos artesãs
o correcto barro com que moldo agora o nosso arrebatado desatino,
vagarosamente dos anos de erros mútuos mas de finais loucuras sãs.

Percorres o meu corpo na tua sábia arte de construir pontes,
colocando ferros de saudade, a mesma saudade que tão bem conheces.
Nesta ponte de dois lados sólidos, olhamos no meio os aguardados horizontes
de um final onde comigo agitas águas e em paz envelheces.

Somos dois corações viventes que não sabem ser felizes afastados,
que só quiseram apagar, omitir, disfarçar e recusar o que nos aproximou,
o que continua tão potente nesta união em que a mente, mente, e bem criados,
estão os campos que vamos percorrer onde já a realidade limou.

Cometi erros só para te entender, somente para precisar entender
o que faz o grito da saudade senão desacreditar em mim e crer em nós,
pálida porque padeço da tua loucura há anos sem nunca a perder
em peças que caem com ordem nos nossos próprios dominós.

Deste-me um silêncio para entender que afinal eras o meu falar.
És a minha certeza mais perfeita na loucura magia do querer,
nos beijos onde falas e te expões, também, no teu igualar.
Devora-me esta morte de solidão onde és real parte do meu ser.



6 comentários:

  1. Marciana,que profundo e belo texto sobre a loucura de amar!Adorei sua participação!Bjs,

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  2. Amar loucamente é um perigo...

    ... mas vá dizer isso ao coração!

    Parabéns pela belíssima participação!

    Abraços renovados!

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  3. Olá Joe :) Agradecida pelas tuas palavras. O Coração não ouve nada, está quase sempre em guerra com a cabeça ;-)

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  4. Muitíssimo interessante!parabéns.abçs

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