terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ninguém sabe

Não é por bem ou por mal
que me escondo no segredo do que sinto
esqueço o que penso nas lágrimas do normal
para renascer no que nos olhos desminto.

Ninguém sabe o que sei...

És achado, és fardo, és errante
neste meu descanso adverso
sopras oculto no suor abundante
da minha pele que secaste amor perverso.

Ninguém sabe o que respiro...

Sal doce que escorre pelo canto
onde habitas sem forma, sem presença
neste jogo sedutor de sabores de encanto
rasgas depressa o que rejeitas de nascença.

Ninguém sabe o que penso...

Guardo nome sagrado em mim
nunca saíste, nunca fugiste, apenas partiste
e o tempo jogou o iminente sem fim
e agora brando e amante dormiste.

Ninguém sabe o que amei...

Perco-me nas palavras que quentes ao ouvido sussurras
levam tua vontade de agasalhar solitário beijo
como se de palavras se fizessem eternas juras
desta receita secreta que levas no desejo.

Ninguém sabe o que passei...

4 comentários:

  1. Como é possível a um terráqueo saber os segredos de uma Marciana linda?

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  2. Hum... essa Marciana e suas marcianices poéticas!!
    Muito bonito, Isa!! Parabéns!!
    Tô aqui olhando as novidades! :)

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  3. Preciso destas poetices para a minha sanidade mental e emocional ;) Ora dona Rosa, faça favor de estar à vontade na minha casa :-)

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