terça-feira, 19 de outubro de 2010

Marioneta

Fio comandante que me prende a cabeça
ordena-me o desejo de te possuir.
Fio comandante que me despega de ti
numa força que me faz a dor fingir.

Fio leve que passa pelos meus dedos,
aperta-me em pesar a imensa vontade de te tocar.
Fio leve esse que me leva devagar
a não te conseguir nunca alcançar.

Fio cortante que me segura o peito
exige impiedoso que pare de te sonhar.
Fio cortante que me esquece de ti
e me amputa o pedaço perdido que não conseguirei ganhar.

Fio frio que me pegas nas pernas
manda-me gelar o olhar com que te vejo.
Fio frio que me fazes tremer de morte
numa distância de nós no qual não me revejo.

Fio apertado que me cercas os pés
encerra pungente o sangue que te provoca.
Fio apertado que me fazes arder de sede
num desejo de caminhar que o meu amar evoca.

Fio do Destino com que me calas, paras e cegas
enterras bem fundo na minha carne o teu ordenar.
Fio do Destino que me fazes padecer assim
o meu coração jamais conseguirás serenar.

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