segunda-feira, 6 de setembro de 2010

De que temos medo?

De perder alguém,
porque não tentamos ficar com ela?

De falar a verdade,
porque não podemos ser sinceros?

De contar o que sentimos,
porque não queremos a rejeição?

De sofrer a dor,
porque não há remédio para a combater?

De arriscar,
porque temos dúvidas?

De criar conflitos,
porque nos obrigam a tomar decisões?

De morrer,
porque só sabemos viver?

De perder uma parte de nós,
porque não sabemos nos adaptar?

De viver a vida,
porque ela nos dá tudo e nada?

De nos abrirmos,
porque nos tornamos frágeis?

Da maldade,
porque sabemos que o bem demora a actuar?

Da solidão,
porque não conseguimos aguentar o frio do silêncio?

Do silêncio,
porque é a ausência de mundos?

De chorar,
porque não queremos mostrar emoções?

De escrever,
porque revelamos o nosso intimo?

De não saber quem somos,
porque não nos queremos conhecer?


De que tenho medo?
De ter medo.

Porque se perde tanto com os medos.


6 comentários:

  1. Não é à toa que se diz, como no anúncio do leite: "Se seu não gostar de mim, quem gostará?" Do ponto de vista das vivências, é bem verdade... Na vida, o medo cumpre o seu papel primordial de nos alertar e defender, faz falta, não poderíamos resistir sem ele, esta emoção vantajosa. No entanto, há momentos em que esta mesma emoção fantástica nos faz não viver... quando passa do limite do razoável e nos faz subir os ombros de tensão... Momentos em que ficamos reféns de si, do sentimento de não conseguir... É também verdade Isa, concordo e agradeço o teu poema, que muitas vezes não sabemos gostar o suficiente de nós a ponto de arriscar... É acima de tudo por isso que temos medo, tanto medo.

    Beijinho

    Deixo aqui um link de um vídeo que me parece crucial no entendimento da raíz dos nossos medos, porém o apelo a que os deixemos de lado, porque na maioria, são inúteis:

    http://www.youtube.com/watch?v=xfq_A8nXMsQ

    Não nos esqueçamos: Somos todos livres de optar, de usar Protector Solar!!

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  2. Que os medos me sejam leves
    E esvoacem longe
    Quais penas soltas
    Que os pássaros já não voam
    E não me poisem o horizonte!

    De que? Perguntas bem, Isa.

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  3. Manuel, há medos leves. esses são aqueles que mais facilmente combatemos :-)

    Andreia, somos todos livres de optar. O que nos leva a optar, a força para optar... é que é faz a diferença :-)

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  4. Os medos fazem o mundo andar, disse um dia Louise Bourgeois, uma artista plástica francesa.
    Penso que, na medida certa, sim, andamos movidos pelo medo. Mas, às vezes, podemos nos paralizar.
    E isto é cruel!
    É para refletir...
    Beijinhos, Isa.

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  5. Conhecer os medos de outros e comparar com os nossos leva-me a pensar que era tão bom podermos trocar de medos para assim não haver medos ;-)

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  6. Os medos param-me no tempo.
    Medo dos medos.
    Porquê?
    Ontem fui força.
    Hoje procuro força.
    A razão tem razão.
    Os medos são ilusão.
    A razão vencerá..... um dia.
    "nada acontece por acaso"

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