segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dá-me a mão

Dá-me a mão, tremida mas firme
de um desejo paciente.
Deixa-me fazer a loucura das loucas esperas
porque não seguro mais desejosa mente.

Dá-me a mão, quente e rude
de um toque sonhado.
Deixa-me voar no tenebroso universo
porque percorro o teu caminho amado.

Dá-me a mão, chorosa e carente
de um prazer contido.
Deixa-me lavar as lágrimas que guardas
porque agora são beijos do meu canto retido.

Dá-me a mão, sozinha mas acompanhada
de um criar lento.
Deixa-me ver-te a moldar-me lentamente
como quem forma um corpo turbulento.

Dá-me a mão, perto e longe
de um regresso verdadeiro.
Deixa-me beijar o caminho a que me levas
porque agora já és o meu perfeito celeiro.

Dá-me a mão, desenhada e rica
de uma carícia de sorte.
Deixa-me tremer por te amar
porque já não sei onde fica o meu norte.

Dá-me a mão, minha e tua
de um laço escrito.
Deixa-me tocar a felicidade correcta
arranca-me o meu mais perfeito grito.

Dá-me a mão, velha e nova
de uma vida vivida.
Deixa-me repousar no teu peito de estrelas
porque te atreves a entrar em mim assim atrevida.

Dá-me a mão, perdida e achada
de uma espera encontrada.
Deixa-me abraçar-te em silêncio
nesta cama por nós ansiada.

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