É simples e igualmente difícil
este amor que partilhamos,
nem sabemos bem como o fazemos
nem queremos saber como amamos.
Fácil é soprar devagar
em terras que não se levantam
nem por ventanias tamanhas
nem por amores que se acorrentam.
Devolve-me os sentidos roubados
num beijo longo em que o tempo parou
porque nos achou peças fáceis
e levando-te para o mar rumou.
Pára o meu rio que rebenta na tua pele,
lavando-te de beijos loucos de desejos ricos
consumidos para durar a eternidade
que me fustiga de silêncios os ouvidos doridos.
Trava o meu turbilhão de ventos na tua carne,
porque te quero deliciar com o meu infinito
dando-te o futuro no presente invisível
que esculpes no meu corpo feito de escaldante granito.
Enterrado no fundo do meu coração vive um veneno
que fazes pingar em cada zanga desmedida
o esperar do conforto dos teus braços de sombras frias
num arrepio que cheira tanto a despedida.
O nosso amor é fácil?
Ou estarei eu simplesmente enterrada
sonhando que estou a amar
e no fim, sou tudo menos adorada?
Queimo-me sem me magoar
neste amor que quero cheio
mas fisicamente seco-me em lágrimas pesadas
que na minha pele passeiam quando te folheio.
Perdidamente perco-me num suspiro perdido
no manto de nudez que visto vestida
e no entanto estico-me encolhendo-me comprida
no tecido irreal onde suavemente me deito abatida.
Sinto o meu coração plano e estéril
e suplico-te que me lavres sulcando-me
em linhas visíveis que esculpem devagar
o renascer vagaroso parando-me.
Se o nosso amor é fácil, então,
porque sinto o vazio da tua forma
sempre que te encaixas em mim
num delírio que só longe me transforma?
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Nada na vida é fácil... nem difícil
ResponderEliminarCabe-nos contrariar
Beleza e triste...
ResponderEliminarAinda um dia vais realizar teus ideais!
Um abraço e um beijo.
Agradecida pelas vossas palavras :-)
ResponderEliminar