segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quero amar-te

Quero amar-te sem amarras
porque elas corroem o meu desejo
em cada murro distante
que dou em mim porque não te vejo.

Quero amar-te e não sei
porque me perco em amores efemeramente rasos
pedindo ao meu ser que vá incessantemente
por caminhos curtos e sem prazos.

Quero amar-te sem sentido
entre ondas que sufocam e elevam
perdida em murmúrios que não consigo escutar
e que os meus lábios timidamente revelam.

Quero amar-te de ódio
para sentir tudo num só espaço
arrancando pétala a pétala
o meu gemido mais devasso.

Quero amar-te num grito
porque ele de mim se lamenta desunindo-se
da distância que só queima
num rápido fogo consumindo-se.

Quero amar-te desnuda
partilhar a minha pele para te aconchegar
e depositar vestes de malícia
em cada mordidela dos beijos do teu olhar.

Quero amar-te ferida
lembrando-me que quando pingo só ganho apenas
silêncios que falam e se revezam
nestes círculos de sopros chamadas arenas.

Quero simplesmente amar-te
e suplico que fales o quanto louca sou
para que assim não me perca
naquilo que não sou.

4 comentários:

  1. Queria ser ser serralheiro para cortar todas as amarras e grilhões.
    Queria restituir o direito ao voo livre, para o infinito.
    Queria que o perdoar fosse de criança.
    Queria que todas as formas de amar fossem "amar" e nenhuma "sofrer"
    "não tenho o poder do querer" :-)

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  2. Para mim o amor tem sido só sofrimento. Gostava de um dia conhecer o outro lado, o da felicidade

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  3. O amor é um vício cego. Dar-se demais e recebe-se em dobro. Que ele seja vitimado nem que a bem do mal eterno! bjs moça.

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  4. 'brigada pelo teu comentário Rod ;-) Mas que vicio ;-)

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