quinta-feira, 13 de maio de 2010

Distância

Abro as mãos e coloco-as frente a frente e pergunto: se pudesse mudar a distância?
Mexo os dedos como que mostrando os nossos gritos pelo que nos separa neste cruel intervalo.

Procuro nas palavras que não me dizes um sinal... mas mal te ouço.

Grito, mas não tenho forças para o deixar voar até ti. Perde-se no nosso caminho...

Grito ainda mais alto... tão alto, que as montanhas se desviam para que o escutes.

E nesse instante, tremo ao te ouvir. Busco no pensamento as palavras e envio-as num turbilhão pelo espaço deixado pelas montanhas.

Tal como um fósforo consumido pelo fogo, a distância desaparece... já te vejo

Estico a medo a minha mão, não querendo acreditar, e toco-te. E o teu calor trespassa fazendo-me largar uma lágrima que te acaricia, ligando-te a mim.

A música acaba... sorrimos com os olhos... dançamos uma vez mais.




(Texto escrito em parceria com o Ruy Barros http://doadordehistorias.blogspot.com/)

4 comentários:

  1. No deserto das minhas insônias, longe está a tua face. Mas guardo-te ainda do lado direito, debaixo da minha pálpebra, os olhos em fina areia.E entre nós um vão e um violino eterno. A dança, um cantar no etéreo. Distâncias derramadas a suportar...
    Ah, que belo texto, Marciana. E que bela parceria, senhor Ruy Barros! Gostei muito! Bjs.

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  2. Olá Rita :-) Bem hajas pelas tuas palavras. Beijokas :-)

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  3. De palavra em palavra o poema aconteceu!!!
    Linda a simbiose de pensamentos!!!
    De mãos dadas, o caminho torna-se livre.

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