domingo, 22 de novembro de 2009

Floresta

(Respondendo a um desafio diferente e aliciante, eu e o J criámos este texto de improviso, na hora, no twitter. Obrigada pelo desafio que foi deveras diferente e inovador. Obrigada J pela tua inspiração e ideia!)


Ele: E viajo no beijo. Paro o tempo. Sinto-o em cada segundo do tempo parado por mim. Para onde me levas, pergunto?

Ela: Levo-te para aquele recanto na floresta... onde a luz mal entra e o frio combate o calor.

Ele: Contudo o calor que é inflamado pelo desejo, faz com que o gelo sacie a sede da distância.

Ela: Escondo-me por detrás das arvores e mostro do que me despojo...

Ele: e eu guardo o meu olhar aguardando o momento exacto para deslumbrar a silhueta que se camufla na floresta.

Ela: Apareço mostrando um ombro nu. A luz abraça-me e leva-me até ti, não consigo travar a vontade de te ver para além da escuridão.

Ele: Lentamente, vou deixando escorregar o meu olhar pelos recantos perfeitos da silhueta feminina, mas o teu corpo continua amordaçado pelas tuas vestes molhadas.

Ela: Caminho devagar, muito devagar sem deixar de olhar para ti bem nos olhos. Chego junto do teu corpo e não te deixo tocar-me... mas sussurro junto do ouvido e tapo-te os olhos e passo com a minha mão pelo teu peito descendo...

Ele: esse teu jeito de provocação, acelera o coração e consequentemente a minha virilidade masculina, que está retida, aguarda que a tua mão vá explorando.

Ela: E eu exploro sem deixar de te olhar e aproximo-me dos teus lábios mas não os beijo. Faço sentir o calor dos meus e não beijo. E sem esperar, sou agarrada pelos cabelos e os teus lábios percorrem-me o pescoço e mais tarde os lábios sem piedade.

Ele: De repente o jogo de provocação passa para o outro lado. Eu, num instante paro, e fico a observar-te, a beber o momento de prazer interrompido e aguardo a tua reacção, escondendo o teu corpo nos tecidos húmidos de prazer e desejo.

Ela: Os corações não param de acelerar, o vento aumenta, levanta os cabelos, rodopia-nos, mas nós nem sentimos...

Ele: porque os corpos estão e grande excitação que absorvem todas as adversidades externas...

Ela: e nada nos importa. A floresta pertence-nos, a sua força percorre-nos cada pedaço da pele, da carne a saciar.

Ele: Então, eu pego na tua mão novamente, leva-a até ao colarinho da camisa. Pouco a pouco as tuas mãos vão-se rendendo ao desejo e partir à descoberta daquele corpo ardente. Aos poucos no chão jazem as roupas que te impediam de percorrer o olhar naquele corpo em brasa e que te chama...

Ela : Do meu corpo já nada resta para tu tirares a não ser um sopro de prazer. Os ventos param e a luz ilumina-nos.

Ele: A luz que ilumina é o guia dos nossos olhos fascinados, e então a força de atracção cresce mas ainda é cedo para nos entregarmos.

Ela: Afastamo-nos. Olhamos um para o outro. Questionamos se devemos continuar ou não. Será?

Ele: A paixão é um momento de loucura, que fazes então quando os corpos se observam mutuamente sem obstáculos?

Ela: Respiramos sofregamente como que possuídos por uma força controladora. E juntamo-nos de novo... sem demora, sem pressas.

Ele: Lanço o primeiro beijo na tua nuca criando um arrepio na espinha. Detecto a tua pele arrepiada, encosto, então, o meu peito ás tuas costas...

Ela: 'ahhhhhhh' solto em gemido pedindo mais. E a tua mão percorre-me com força puxando-me para ti. E então... calo-me! Calas-me!

Ele: Solto-te novamente e dou-te outro beijo entre os teus seios excitados e liberto calor de prazer sobre eles.

Ela: Quero que pares! Não! Quero que continues! Não sei o q fazer perante o aumento do desejo feito calor.

Ele: Provo o sabor dos teus seios seguidos pela luz chamando pelos meus lábios. De dentro dos lábios sai uma língua atrevida que acaricia desde da base até ao cume cada seio em movimentos leves e provocantes.

Ela: Toco-te como se fosses um tapete mágico que me leva por terras que nunca conheci. Deixo-me viajar ao som dos teus gemidos.

Ele: Volto novamente aos teus lábios e em voz trémula pergunto-te para onde queres viajar.

Ela: 'Dentro de ti', respondo eu quase num sussurro. E pegas em mim e deitas-me sobre o manto de folhas e olhas-me hipnotizando-me... dando-me ordens que a minha mente já sabe de cor.

Ele: Lentamente as minhas mãos exploram as tuas pernas transmitindo-lhes paixão e prazer. A mão é então agarrada pela tua e deixa ser guiada até ao oásis quente e fervilhante que habita no meio do teu corpo quente. Aí a tua mão desaparece deixando-o a tua abandonada naquele paraíso.

Ela: Abandonada... só por instantes. Porque procura novo caminho enquanto escuta o som da floresta, a nossa floresta. 'Somos um ramo', digo, 'onde tu és um lado e eu o outro'.

Ele: Os meus olhos percorrem lentamente o teu corpo a arder desde o topo até aquele oásis, que o atrai cada vez com mais intensidade. Mas ainda não chegou o momento de te explorar o oásis. Ainda há muito corpo para descobrir. Os meus dentes mordiscam o teus glúteos firmes e solta-se então mais um gemido teu... Mordes os teus lábios com o desejo que o tempo se imobilize.

Ela: Repentinamente, viro-te e agora sou eu quem exploro. Seguro-te os braços, desenho com a unhas na pele e aperto as mãos num abraço enquanto beijo o dorso. Não satisfeita, mordisco e tu mexe-te querendo retomar o controlo. Mas estás indefeso porque eu domino o teu centro, o teu local mais sensível e nem a seiva que te percorre o corpo consegue dar-te forças. Deixas-me dominar... E, então, percorre um vento forte.

Ele: Gosto de ser dominado e tu descobres isso. Encostas os teus seios aos seus lábios, e quando me preparava para mordiscar tu recuas, e ardo em desejo para lá chegar. Mas tu em vez disso apertas mais uma vez o meu centro eu solta novo gemido. Consigo novamente dominar-te e prendo-te os braços acima da cabeça...

Ela: e então sinto que já não somos dois mas sim um, apenas... Largamos duas lágrimas que se misturam no beijo que damos e a terra ajuda-nos nos movimentos que fazemos, girando devagar. O vento empurrar-nos, depressa e assim chegamos ao pico da montanha num grito uníssono.

Ele: Beijo-te as orelhas com leves mordiscadelas e pergunto-te onde queres ser descoberta agora. As minhas mãos agarram os teus seios como que a evitar que o prazer se escape.

Ela: Mas exausto, deitas o teu rosto neles e ouves a minha resposta: no mar. Amanhã descobre-me no mar...

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