sexta-feira, 18 de maio de 2012

Como posso?


Como posso explicar este cansaço residente
que me magoa o corpo que quero resistente?
Como consigo eliminar o vazio gelado
se não estás em mim quando olho para o lado?

Como visto os dias de cruel tormento
quando a vida nos afasta do momento?
Como agarro o tempo brincalhão
se me coloca no centro de um turbilhão?

Como pinto as minhas cores
se os outros ocupam a tela de favores?
Como suavizo o branco da tela
se insistem em te arrastar dela?

Como alcanço a calma lucidez
se me amas com penetrante avidez?
Como acaricio o teu corpo deitado
se tu te perdes no meu suspiro acorrentado?

Como paro as palavras que se esquivam
se me enchem o pensamento e cativam?
Como posso provocar o teu beijo
se me roubaste a perfeita arte do desejo?


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