Sou folha da árvore que balança
perante a força do teu viajar.
És vento que ronda a aliança
e não se cansa de me testar.
Beija-me com as tuas aragens
como quem prende sem amarrar.
Roubas-me tesouros nas margens
porque te mostro o meu tentar.
Danço presa no ramo forte
sem me deixar despir.
Julgo colher tua farta sorte
nas veias escondidas do teu abrir.
Mutilo a vontade de fugir
como quem açoita a frágil criança.
Oiço gritos no profundo sentir
e só te quero alimentar a esperança.
Cortas-me o laço que me ligava,
e nos teus remoinhos consolas.
Choro pranto que duvidava
nesta angústia com que me violas.
Sem comentários:
Enviar um comentário