segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Não te apresses

Não oiço o tempo, não oiço o horizonte e não oiço o futuro.
Mergulho no silêncio das tuas profundezas,
no mar dos teus sentidos,
silêncios que me dão a margem com que te travo.

Não caias fora de mim.
Gira, retorna, entorna mas não caias fora de mim.
Promete, mete, remexe mas não caias fora de mim.
Toca, coloca, afoga mas não caias fora de mim.
Errante, tocante, comandante... deixa-me fora de mim.

Não guardes as palavras.
Faz delas a espada com que defrontas a Espera,
faz delas o escudo com que afrontas o Medo,
faz delas o beijo com que deleitas o Amor,
faz delas a fortaleza com que rompes a minha incerteza.

Não te apresses em deixar-me louca,
desmesurada criatura que me aprisionas no teu olhar,
límpido e limpo, enxuto e purgado do passado que te dei,
renovando a vida em mim como se nada fosse,
como se renascesse em cada possante respirar teu.

Não te apresses em sair de mim,
porque nasço em ti nutrida.

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