segunda-feira, 20 de junho de 2011

Batalha bandida

O teu silêncio escreve palavras em mim,
num poema que revela a mágoa do poeta.
Imploras vagaroso pelo jogo do sentir
para que assim o teu corpo fique alerta.

Com uma piscadela de olho armas teu exercito que avança
perante a minha aparente submissa rendição.
Permito que entres nos meus poros virgens de promessas
e neles mergulhas para encontrar a cruel contradição.

Lutas e com um lenço depressa os meus olhos cobres
e conquistas os lábios cálidos que te amaldiçoam de súplicas.
Queres e não queres numa batalha vil de toques
onde espalhas tua semente fecunda que não explicas.

Fujo e atiro-te com os meus gritos de vento
num remoinho nascido de negação fingida.
Enches os braços de escudos que me sacodem
e me transformam numa mulher bandida.

Grito no escarlate ardente dos teus beijos
e clamo pelas ondas de liberdade alheia,
para a ti não retornar tão negra branda,
de tanta vontade e lembrança cheia.

Brincas com o meu desejo acorrentando-me a ti,
no invisível laço da cobiça fantasiada.
Fechamos os olhos no assinar da rendição
que nos acalma por fim a pele arrepiada.

(texto criado a partir de uma sugestão com a frase 'com uma piscadela de olho')

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