Fácil?
Não.
Difícil.
Como se pode colocar algo com tanto peso dentro de uma pequena mala?
Porque afinal a minha vida é um grão de areia comparada com a vida de uma estrela que é bem mais importante que eu.
Bem...
... acho que começaria pelo o que nunca colocaria dentro da mala: dinheiro.
Mas vamos por partes.
Afinal do que é constituída uma vida? E o que geralmente colocamos numa mala quando viajamos?
Roupas: Equilíbrio. A beleza não é essencial mas o bem estar físico é vital. A saúde é o nosso maior equilíbrio e temos de mudar de roupa cada vez que nos confrontamos com uma doença ou ferida. Precisamos de roupa para nos proteger e embelezar mas, acima de tudo, para nos confortar.
Sapatos: Caminhar. Para me aguentar o caminho. São os passos dos meus pés que me levam a algum lado porque parada nunca seria viver.
Mapa: Decidir. Sem um mapa como saberei eu o caminho para o meu destino mesmo que afinal nem saiba que destino é o meu? Pelo mapa vejo os caminhos e faço as escolhas. O mapa é o conjunto de decisões que tomamos para chegar a um determinado ponto onde tudo acaba por ter uma razão... ou não. Haverá uma razão para termos um Destino?
Luz: Força. Nascemos da escuridão e terminamos na escuridão e, pelo meio, vivemos nas luzes. Demasiada luz cega-nos. A luz é a força e a esperança que necessitamos de ter ao longo dos intermináveis minutos, horas, dias e anos. Por vezes é fraca, ofuscada, ténue e outras vezes é tão perfeita que nos faz lembrar que somos especiais e que afinal conseguimos andar e subir.
Toalha: Limpar. Há sempre momentos que temos de nos limpar, seja o corpo ou simplesmente a mente e o espírito do que nos sujaram.
Alimentos: Descoberta. Não consigo viver sem me alimentar. Seja dos sabores do que como ou seja da cultura e sensações que me rodeiam. Preciso de alimento para o corpo e para a alma, sedenta de fome do conhecimento.
Caneta: Falar. Pela caneta falo, grito, rio, choro e imploro. O que seria eu sem conseguir falar? Pelas palavras contamos pedaços de nós e damos pedaços de nós.
Máquina Fotográfica: Ver. Os meus olhos vêem o mundo como ele se mostra e como, também, eu o quero ver. Pela máquina, guardaria as visões e as imagens que criariam o livro colorido e a preto e branco das minhas vivências e experiências vividas.
Papel: Memórias. Falo, vejo, tenho força, descubro, decido, limpo-me, caminho, oiço, equilibro-me, sou amada e amo. Tudo isto é precioso demais para se perder. Terei de guardar nas memórias. As memórias são os parágrafos da vida que, juntas, fazem uma história que vivemos e fica guardada num livro para alguém um dia ler.
Música: Ouvir. Não me perguntem porque adoro música porque não sei. O que sei é que a poria sempre dentro da mala porque nela encontro uma linguagem que liga cada canto meu e cada canto dos outros. É a segunda linguagem universal que conheço. A primeira? Já irão saber a seguir.
Água: Amar. O essencial da vida. Todo tipo de Amor, porque sem amor não somos nada e não conseguimos viver. Amor daqueles que nos param o coração porque ele não sabe bater tão rápido. Amor daqueles que nunca termina e se remova a que chamamos Amizade. Amor daqueles que são do nosso sangue e nunca pára de correr a que chamamos Família. O Amor é a água da nossa sede diária.
Casaco: Tu. Para me agasalhar quando sentisse frio. E isso serias tu, meu amor, aquele que me beija e abraça quando preciso. És o aconchego que necessito quando tremo.
Devagar fecho a mala e olho para ela.
Sim.
Está completa.
Podemos ir então?
Desafio de escrita para a:
Desculpa a ousadia, amiga marciana, mas acrescentaria:
ResponderEliminar- Paz, Serenidade, essencial ao Equilíbrio, mas não pelas roupas; óleos;
- Sensibilidade,capacidade de se compaixonar (palavra minha) pelos outros, pela Natureza de quem somos; lentes para a máquina de fotografar;
- Sonho, querer sempre voar; ar.
Que tal uma viagem a Marte com essa mala?
Sempre aberta! He he he
ehehehe Ora a apontar o que estava em falta ;-) 'brigada pelas palavras. Afinal, o meu sonho é a minha vida. Sonho grande hem? :-)
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