sexta-feira, 25 de junho de 2010

Consumida, recuo

Pelo vento que jaz em mim penoso e curioso por um suspiro meu
não sei suportar mais o silêncio do teu nascer
aguardo os cantos das montanhas que me acariciam quando tu te vais sem te moveres
sou flor do campo que muitos olham mas poucos colhem para não se picarem na sua rebeldia
agito os meus segredos em cada pétala que desejas arrancar desnudando-me para depois te banhares no seu cheiro.
não sou fácil porque sou genuína
sou difícil porque não consigo iludir
arranco-me em pedaços procurando um poiso
não quero esperar pelo vento que não sai do lugar
vinco cada passo na tua pele emanando um desejo cego e carente
marco a areia do meu deserto na espera do teu mar de carícias
gemo em cada passagem das nuvens que largam pingos das lágrimas que me queimam das saudades que não queres aceitar
Consumida recuo.
Exausta, paro.
Vazia, desapareço.


1 comentário:

  1. Emoção, sinceridade, talento.....Poesia
    Dizer o sentimento. Sentir as palavras....
    "sou flor do campo que muitos olham mas poucos colhem para não se picarem na sua rebeldia"
    (Já não há .... :-) .. como antigamente!!!)

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