Estás lá no fundo do corredor.
Olhas para mim encostado à parede de lado.
Sei o que pensas. Conheço bem esse teu olhar.
Olho-te do extremo da distância baixando ligeiramente o rosto, inflamando-te com o meu contemplar.
Estico as mãos e acaricio cada pedaço da parede como se fosse a tua pele.
E dos meus olhos saem sinais de luxúria, desejando-te.
Tu, sente-os e puxas-me para ti com o teu sorriso.
Retribuo o sorriso e começo a caminhar para ti provocando-te com o olhar e boca.
Em cada passo, dispo-me, até ficar completamente nua perante ti.
Levantas o sobrolho e não escondes o teu desejo.
Mas, eu, sinto-me apertada sem me abraçares. Porém soa-me a um falso abraço.
Paro a meio do corredor abrindo os braços e as pernas, tocando a parede fria mas não mais fria do que o frio que me dás por dentro.
Olho-te para pensares que te quero.
Aproximo-me depressa e beijo-te como nunca te beijei agarrando-te no rosto que me fascina e magoa.
Deixo-te louco enroscando-me no teu corpo cheio de roupa mas ardente por mim.
Arranho-te devagar pelas costas acima e puxo-te o lábio por entre os meus dentes.
E largo-te, empurrando-te.
Sinto que me interrogas no teu silêncio.
Apercebeste-te do meu desprezo e sentes-te perdido.
Começo a andar para trás não deixando de te provocar.
Arrasto-me nua pelo chão do corredor provocando-te cada vez mais.
Começas a andar em encontro a mim e eu paro-te com a mão esticada dizendo: NÃO!
Entre as linhas do tempo do silêncio que se seguiu, falo-te com os olhos e rosto e arranco-te de mim. Passo com as mãos pela pele nua e faço o gesto de que extraio algo de mim atirando para o chão bem junto dos teus pés.
Lanço-te um último olhar que te atormenta e viro-me.
Levanto a mão num adeus.
Faço-te chorar. Eu sei. Sinto as lágrimas junto às minhas.
Torturo-te como me torturaste.
Grito e rebento com as paredes.
Fecho a porta daquele corredor com toda a força para construir um muro, tapando-o.
Por enquanto não sei o que é sentir.
Deixo aquele corredor vestindo-me de nova roupa...
Olhas para mim encostado à parede de lado.
Sei o que pensas. Conheço bem esse teu olhar.
Olho-te do extremo da distância baixando ligeiramente o rosto, inflamando-te com o meu contemplar.
Estico as mãos e acaricio cada pedaço da parede como se fosse a tua pele.
E dos meus olhos saem sinais de luxúria, desejando-te.
Tu, sente-os e puxas-me para ti com o teu sorriso.
Retribuo o sorriso e começo a caminhar para ti provocando-te com o olhar e boca.
Em cada passo, dispo-me, até ficar completamente nua perante ti.
Levantas o sobrolho e não escondes o teu desejo.
Mas, eu, sinto-me apertada sem me abraçares. Porém soa-me a um falso abraço.
Paro a meio do corredor abrindo os braços e as pernas, tocando a parede fria mas não mais fria do que o frio que me dás por dentro.
Olho-te para pensares que te quero.
Aproximo-me depressa e beijo-te como nunca te beijei agarrando-te no rosto que me fascina e magoa.
Deixo-te louco enroscando-me no teu corpo cheio de roupa mas ardente por mim.
Arranho-te devagar pelas costas acima e puxo-te o lábio por entre os meus dentes.
E largo-te, empurrando-te.
Sinto que me interrogas no teu silêncio.
Apercebeste-te do meu desprezo e sentes-te perdido.
Começo a andar para trás não deixando de te provocar.
Arrasto-me nua pelo chão do corredor provocando-te cada vez mais.
Começas a andar em encontro a mim e eu paro-te com a mão esticada dizendo: NÃO!
Entre as linhas do tempo do silêncio que se seguiu, falo-te com os olhos e rosto e arranco-te de mim. Passo com as mãos pela pele nua e faço o gesto de que extraio algo de mim atirando para o chão bem junto dos teus pés.
Lanço-te um último olhar que te atormenta e viro-me.
Levanto a mão num adeus.
Faço-te chorar. Eu sei. Sinto as lágrimas junto às minhas.
Torturo-te como me torturaste.
Grito e rebento com as paredes.
Fecho a porta daquele corredor com toda a força para construir um muro, tapando-o.
Por enquanto não sei o que é sentir.
Deixo aquele corredor vestindo-me de nova roupa...
E, finalmente, o exorcismo...
ResponderEliminar:)
O libertar de uma raiva q não entendo... talvez...
ResponderEliminarDepois de tanta tortura, que roupa vestiste????
ResponderEliminarehehheheh Nem eu sei ainda... Ainda estou a descobrir se voltei à mesma ou se vesti uma nova... aguardo.
ResponderEliminarApaixonante, Vibrante, Sentido como sempre. Consegues nas palavras colocar uma emoção que quem lê é transportado para um cenário e acompanha cada movimento.
ResponderEliminarbravo
Bem hajas pelas tuas palavras :-) Este foi um texto algo intenso...
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