(Eu e o Jumpsun criámos este texto de improviso no twitter)
(j) Era um dia igual, como tantos outros, com a diferença que o céu perdia a sua cor celestial dando vez ao tom cinzento.
Ela olhou para cima e reparou numa porta aberta. Seria ideal para se refugiar da chuva. Mas quando entrou e esperava pelo amainar dos pingos sentiu um cheio a chocolate vindo do fundo da escada
(j) O cheiro despertava a sua imaginação, para locais distantes e quentes. Mas a sua curiosidade levou-a a descobrir a fonte do perfume.
Desceu uns degraus e apercebeu-se que o cheiro era cada vez mais forte. Encontrou uma porta entreaberta e espreitou e viu uma figura...
(j) Mas o perfume não vinha dali, virou os olhos novamente para as escadas, aí sim o prazer do aroma convidava às pálpebras a tocarem-se.
Voltou-se e subiu quase a correr as escadas até ao 1º andar. E encontrou uma porta pintada de castanho, o castanho chocolate. No meio tinha um botão vermelho. E sem saber porque carregou nele.
(j) tocou a porta com as mãos e sentiu que como a cor também ela estava quente e suave, foi empurrando com delicadeza sem saber o que iria descobrir.
A porta abriu-se e o cheiro tornou-se mais intenso. A medo, deu alguns passos e tentou ver se encontrava alguém. Mas uma pinga de chocolate caiu no seu pescoço. Quando ia limpar, sentiu-se tocada...
(j) e uma voz sussurrou-lhe ao ouvido:"Desculpa mas este não é o produto final, mas sim a matéria ainda em bruto!" Essa voz estremeceu-lhe a espinha e provocou-lhe uma leve sensação de arrepios.
Não conseguiu virar a cara para ver quem lhe falara mas deixou que ele limpasse com os dedos os vestígios da pinga de chocolate. Só depois conseguiu virar-se para conhecer o rosto daquela presença súbita e perturbadora.
(j) Quando os seus grandes olhos alcançam o rosto este esboçou um sorriso, e convidou-a a partir para uma aventura de descobertas.
Olhou-a nos olhos e pegando na mão, levou-a para a cozinha onde reinavam pedaços de chocolate por todo o lado. Todo menos na mesa, imaculadamente limpa.
(j) Naquela panóplia de panelas estavam chocolates de varias cores e sabores, mas ela continuava intrigada do porque da mesa vazia?... Então pergunta: "Porque é que a mesa está vazia e limpa?" Ao que ele responde:"Espera e verás e sentirás!"
Ele sorriu e derramando um pouco de chocolate liquido na mesa tocou-o com o dedo.
(j) Pegou então nas mãos dela e levou-as ao chocolate derramado ainda morno. Ela sente um novo arrepio nas costas, entretanto ele veda-lhe os olhos com uma venda .
"Porque fazes isto?" perguntou ela. "Sentir os cheiros e o quente sem ver é bem mais memorável que o simples saborear de uma iguaria", respondeu ele. Pegou na mão dela, com o chocolate a acariciar o dedo e levou-o aos lábios.
(j) O calor do chocolate era contagiante, pois o seu corpo transformava-se numa chama que desejava ser alimentada.
A respiração começou a dominar o silêncio daquela cozinha impregnada dos cheiros doces. E o dedo já limpo do chocolate, esticou-se no vazio procurando aquele homem misterioso. Virou a cara e então sentiu o quente junto ao seu ouvido.
(j) Então uma brisa em tons poéticos saiu da boca dele ao encontro do ouvido dela, despoletando a aceleração das batidas do coração. E depois disse-lhe: deita-te na mesa...
Perdida e ansiosa, ela deitou-se e esperou. Num arrepio sentiu o chocolate a cair levemente num fio sobre os seus lábios. Abriu a boca e deixou que ele entrasse, saboreando-o sem se aperceber que aquele homem a despia com o olhar.
(j) Entretanto ele começa por desenhar os contornos do corpo com o fio de chocolate começando pelos pés subindo pelas pernas... Faz uma pausa de momentos e escolhe outro tipo de chocolate, opta então pelo chocolate negro, contorna então a silhueta da anca...
Pega na mão dela e estende o braço e deixa cair sobre ele o fio do chocolate. Pára e olhando para aquela mulher desconhecida, começa a limpar o que desenhou com a ponta do dedo e língua.
(j) O calor do corpo mantém o chocolate derretido, que atrevidamente vai deslizando pelas montanhas e pelos jardins proibidos, soprados pelo ar quente libertada pela respiração ofegante.
O escuro do chocolate mistura-se com o claro dos corpos e, ali em cima daquela mesa, criam doces e misturas de receitas ancestrais que nunca perderam a sua magia.
(j) E no meio nascem duas esculturas negras de chocolate cheias de vida de paixão, desenhando paisagens cheias de sensualidade e erotismo.
Tocam-se, beijam-se com o toque, misturam sabores, esquecem-se do tempo, repetem os delírios e cheiram-se sem parar...
(j) A temperatura dos seus corpos continua a subir, ele lentamente com as mãos camufladas pelo chocolate vai tirando o embrulho impregnado de chocolate, expondo o recheio maravilhoso do corpo dela.
Ela, esperando por mais delícias, deixa-o reinar naquela mesa. Suspira e geme por nunca ter sentido tais emoções que a puxam para todos os sentidos.
(j) Perante aquele busto alba ele volta a criar contrastes de cor deitando sobre aquele corpo hirto de paixão e desejo linhas de chocolate. Criando matrizes de sentidos e cor e poesia de sons e gemidos.
Desenha com o fio de chocolate, com a sua boca e dedos. Perdida, ela pede para tirar a venda e ele nega. Tapa-lhe a boca com a sua mão quente e suave e ela pára rendida aquele momento.
(j) Mas a curiosidade e o desejo incontrolado fazem com que as mãos delas procuram o corpo em chamas do homem que a incendeia.
E de repente, ele passa de cozinheiro a prato nas mãos dela. A venda tapa agora os seus olhos e a pintura com o chocolate começa a cair no peito nu vinda das mãos ansiosas dela.
(j) Ela puxa então o corpo dele para junto dela e no contacto fervilhante de prazer ela marca o corpo dele com toques de beijos.
O chocolate já não interessa naquela fusão. Importam os rios de batidas e arrepios que passam por aqueles dois corpos naquela mesa, naquela cozinha. O fim leva-os a olharem bem nos olhos e a descobrirem que afinal já se conheciam.
(j) Sim, já se conheciam na vontade de se darem os seus corpos para serem tocados pelo desejo do outro e regados pelo prazer da paixão
"Olá querido" disse ela a sorrir. "Demoraste.", murmurou ele "Não conseguia encontrar a rua." respondeu ela a sorrir beijando-o. "Gostaste da surpresa?" perguntou ele. "Adorei e agora é a minha vez de te surpreender. Um dia destes." E beijando-se riram alto satisfeitos com aquela loucura.
(j) E nesse beijo selado pelo suor e o chocolate unem os seus corpos que por magia se tornam num só no jardim de risos e arrepios.
(j) Era um dia igual, como tantos outros, com a diferença que o céu perdia a sua cor celestial dando vez ao tom cinzento.
Ela olhou para cima e reparou numa porta aberta. Seria ideal para se refugiar da chuva. Mas quando entrou e esperava pelo amainar dos pingos sentiu um cheio a chocolate vindo do fundo da escada
(j) O cheiro despertava a sua imaginação, para locais distantes e quentes. Mas a sua curiosidade levou-a a descobrir a fonte do perfume.
Desceu uns degraus e apercebeu-se que o cheiro era cada vez mais forte. Encontrou uma porta entreaberta e espreitou e viu uma figura...
(j) Mas o perfume não vinha dali, virou os olhos novamente para as escadas, aí sim o prazer do aroma convidava às pálpebras a tocarem-se.
Voltou-se e subiu quase a correr as escadas até ao 1º andar. E encontrou uma porta pintada de castanho, o castanho chocolate. No meio tinha um botão vermelho. E sem saber porque carregou nele.
(j) tocou a porta com as mãos e sentiu que como a cor também ela estava quente e suave, foi empurrando com delicadeza sem saber o que iria descobrir.
A porta abriu-se e o cheiro tornou-se mais intenso. A medo, deu alguns passos e tentou ver se encontrava alguém. Mas uma pinga de chocolate caiu no seu pescoço. Quando ia limpar, sentiu-se tocada...
(j) e uma voz sussurrou-lhe ao ouvido:"Desculpa mas este não é o produto final, mas sim a matéria ainda em bruto!" Essa voz estremeceu-lhe a espinha e provocou-lhe uma leve sensação de arrepios.
Não conseguiu virar a cara para ver quem lhe falara mas deixou que ele limpasse com os dedos os vestígios da pinga de chocolate. Só depois conseguiu virar-se para conhecer o rosto daquela presença súbita e perturbadora.
(j) Quando os seus grandes olhos alcançam o rosto este esboçou um sorriso, e convidou-a a partir para uma aventura de descobertas.
Olhou-a nos olhos e pegando na mão, levou-a para a cozinha onde reinavam pedaços de chocolate por todo o lado. Todo menos na mesa, imaculadamente limpa.
(j) Naquela panóplia de panelas estavam chocolates de varias cores e sabores, mas ela continuava intrigada do porque da mesa vazia?... Então pergunta: "Porque é que a mesa está vazia e limpa?" Ao que ele responde:"Espera e verás e sentirás!"
Ele sorriu e derramando um pouco de chocolate liquido na mesa tocou-o com o dedo.
(j) Pegou então nas mãos dela e levou-as ao chocolate derramado ainda morno. Ela sente um novo arrepio nas costas, entretanto ele veda-lhe os olhos com uma venda .
"Porque fazes isto?" perguntou ela. "Sentir os cheiros e o quente sem ver é bem mais memorável que o simples saborear de uma iguaria", respondeu ele. Pegou na mão dela, com o chocolate a acariciar o dedo e levou-o aos lábios.
(j) O calor do chocolate era contagiante, pois o seu corpo transformava-se numa chama que desejava ser alimentada.
A respiração começou a dominar o silêncio daquela cozinha impregnada dos cheiros doces. E o dedo já limpo do chocolate, esticou-se no vazio procurando aquele homem misterioso. Virou a cara e então sentiu o quente junto ao seu ouvido.
(j) Então uma brisa em tons poéticos saiu da boca dele ao encontro do ouvido dela, despoletando a aceleração das batidas do coração. E depois disse-lhe: deita-te na mesa...
Perdida e ansiosa, ela deitou-se e esperou. Num arrepio sentiu o chocolate a cair levemente num fio sobre os seus lábios. Abriu a boca e deixou que ele entrasse, saboreando-o sem se aperceber que aquele homem a despia com o olhar.
(j) Entretanto ele começa por desenhar os contornos do corpo com o fio de chocolate começando pelos pés subindo pelas pernas... Faz uma pausa de momentos e escolhe outro tipo de chocolate, opta então pelo chocolate negro, contorna então a silhueta da anca...
Pega na mão dela e estende o braço e deixa cair sobre ele o fio do chocolate. Pára e olhando para aquela mulher desconhecida, começa a limpar o que desenhou com a ponta do dedo e língua.
(j) O calor do corpo mantém o chocolate derretido, que atrevidamente vai deslizando pelas montanhas e pelos jardins proibidos, soprados pelo ar quente libertada pela respiração ofegante.
O escuro do chocolate mistura-se com o claro dos corpos e, ali em cima daquela mesa, criam doces e misturas de receitas ancestrais que nunca perderam a sua magia.
(j) E no meio nascem duas esculturas negras de chocolate cheias de vida de paixão, desenhando paisagens cheias de sensualidade e erotismo.
Tocam-se, beijam-se com o toque, misturam sabores, esquecem-se do tempo, repetem os delírios e cheiram-se sem parar...
(j) A temperatura dos seus corpos continua a subir, ele lentamente com as mãos camufladas pelo chocolate vai tirando o embrulho impregnado de chocolate, expondo o recheio maravilhoso do corpo dela.
Ela, esperando por mais delícias, deixa-o reinar naquela mesa. Suspira e geme por nunca ter sentido tais emoções que a puxam para todos os sentidos.
(j) Perante aquele busto alba ele volta a criar contrastes de cor deitando sobre aquele corpo hirto de paixão e desejo linhas de chocolate. Criando matrizes de sentidos e cor e poesia de sons e gemidos.
Desenha com o fio de chocolate, com a sua boca e dedos. Perdida, ela pede para tirar a venda e ele nega. Tapa-lhe a boca com a sua mão quente e suave e ela pára rendida aquele momento.
(j) Mas a curiosidade e o desejo incontrolado fazem com que as mãos delas procuram o corpo em chamas do homem que a incendeia.
E de repente, ele passa de cozinheiro a prato nas mãos dela. A venda tapa agora os seus olhos e a pintura com o chocolate começa a cair no peito nu vinda das mãos ansiosas dela.
(j) Ela puxa então o corpo dele para junto dela e no contacto fervilhante de prazer ela marca o corpo dele com toques de beijos.
O chocolate já não interessa naquela fusão. Importam os rios de batidas e arrepios que passam por aqueles dois corpos naquela mesa, naquela cozinha. O fim leva-os a olharem bem nos olhos e a descobrirem que afinal já se conheciam.
(j) Sim, já se conheciam na vontade de se darem os seus corpos para serem tocados pelo desejo do outro e regados pelo prazer da paixão
"Olá querido" disse ela a sorrir. "Demoraste.", murmurou ele "Não conseguia encontrar a rua." respondeu ela a sorrir beijando-o. "Gostaste da surpresa?" perguntou ele. "Adorei e agora é a minha vez de te surpreender. Um dia destes." E beijando-se riram alto satisfeitos com aquela loucura.
(j) E nesse beijo selado pelo suor e o chocolate unem os seus corpos que por magia se tornam num só no jardim de risos e arrepios.
Este texto é como um chocolate... prende-nos desde a primeira dentada... e ficamos com vontade de mais...
ResponderEliminarparabéns aos autores :)
Obrigada Andreia. O desafio do tema foi teu :-)
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