Aquele presente chegou fora de época e sem saber o destinatário. O carteiro bateu-lhe à porta e ele, surpreendido, aceitou a encomenda.
(j) Pousou a encomenda em cima da mesa, colocou mais um tronco na lareira e sentou-se na cadeira a observar o embrulho com um laço de cetim vermelho.
Estava hesitante em se abria aquele embrulho mistério ou se o arrumava num canto da sua despensa. Até q se apercebeu que ele se agitou...
(j) Aquele movimento inesperado, despertou nele a curiosidade e o receio, contudo direccionou o seu olhar para as chamas da lareira... e deixou a sua imaginação ser consumida pelas chamas que observava.
Foi como se emanasse daquele embrulho algo que o fazia sonhar. Não resistindo, fechou os olhos e deixou-se ir. Acordou com o respirar de alguém.
(j) Abriu os olhos e atravessou toda a sala com o seu olhar, mas tudo o que via era aquilo que a memória já tinha gravado, não acrescentando nada de novo, reside então a curiosidade, o que tem o embrulho?
E decidiu abri-lo. Devagar desapertou o laço, abriu o papel e viu 1 caixa. Destapou-a e... estava vazia. "Decepcionado?" perguntou uma voz feminina. E ele rodou rapidamente a cabeça assustado.
(j) Essa voz ficou-lhe gravada no ouvido, contudo os olhos ainda não descodificavam o corpo que deu a voz. Olhou novamente para a caixa e questionou-se: "Serás tu ???"
"Eu, quem? Quem esperas?" E a imagem de uma mulher apareceu-lhe junto à lareira trazendo vestida um mando escuro.
(j) Pois o seu manto negro prendeu e despertou o brilho dos olhos como que duas estrelas iluminassem aquele universo feminino.
Ele aproximou-se para crer que via bem, que não era uma ilusão. E ao tocar nela, ela sorriu e disse: "Sim, sou real".
(j) Aquele sorriso tocou-lhe o coração como uma brisa de uma noite de verão, e ele respirou fundo e retribuiu-lhe a brisa.
Não conseguia falar mas os olhos tudo diziam. Era como se fossem um par de algo uno, duas almas unidas pela eternidade de vidas.
(j) Perceberam então, que naquele momento a única coisa que os separava era a ténue linha do horizonte que separa o céu do mar e impede de o sol beijar a terra.
Ela estendeu-lhe a mão e puxou-o para si beijando-lhe o centro da palma, quente pela surpresa. Ele, mexeu-lhe nos cabelos, e sentiu o cheiro perfumado que o enfeitiçou.
(j) O seu coração batia a uma velocidade estonteante, como o de um cavalo selvagem a percorrer os verdes prados, os seus lábios ardiam de desejo por sentir o veludo dos lábios dela.
Tocaram-se num beijo que pareceu durar um sopro do infinito e juntaram os corpos firmando um pacto com o destino: eram um do outro para sempre, ao longo de muitas vidas repetidas.
(j) E enquanto os corações sincronizavam o desejo selado pelo beijo, a luz da lareira extinguiu-se pela combustão dos corpos ardentes ficando a sala entregue a mais uma pagina em branco à espera de ser novamente preenchida por uma nova historia.
A sala ficara vazia. Levara aquele solitário de volta à felicidade. Tudo, dentro de um embrulho.
Realmente vocês escrevem lindamente... Continuem!!!
ResponderEliminarLindo... é por isso que eu não ouso! Vcs são magníficos!
ResponderEliminarMeteorita
eheheheh É preciso apanhar os dois inspirados! Tu, Meteorita, deixaste 1 a meio. Está guardado para um dia continuarmos com o Jumpsun.
ResponderEliminarEnvolvente...adorei
ResponderEliminarSC, qualquer dia entras tu também num desafio destes :-)
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