Abro os olhos e encontro-me no meio de uma sala de uma casa que desconheço.
Fecho momentaneamente os olhos e peço para sair daquele lugar. Mas de nada vale.
Vazia, a sala deixa entrar alguma luz pela janela entreaberta. A brisa repentina agita o meu leve vestido.
Dou alguns passos e oiço um som vindo da porta.
Vejo pelo desenho da luz que chega à ombreira da porta uma mão que a acaricia.
Não estou sozinha.
Aproximo-me da porta e, na escuridão do corredor, ainda sinto a sombra do corpo daquela mão.
Chama por mim.
Caminho com cautela e sou levada contra a parede e deixo que me tapes os olhos. Sussurras ao meu ouvido e colocas-me um lenço nos olhos.
Largas-me e afastas-te.
Dou alguns passos e sinto-te novamente junto de mim. E estico os braços para te tocar mas foges e dás-me o frio pelo pescoço abaixo até chegar ao peito.
Rodo a cabeça sentindo que mudaste de lugar e chamo-te mas tu... colas-te às minhas costas e pedes para não me mexer.
Na expectativa, obrigas o meu coração a acelerar. Respiro mais rapidamente e o suor começa a ser libertado.
Passas com a mão por entre os meus tornozelos e afastas as minhas pernas.
E assim me deixas, ali no meio daquele espaço silencioso.
Estico os braços para te procurar.
Tento descobrir onde estás e repentinamente rasgas-me o vestido beijando-me as costas arrepiadas. Os sentidos estão todos alertas, as sensações são levadas ao limite.
Brincas com a água e expões-me totalmente à tua mercê.
Oiço as pingas a caírem no chão. Parado, observas-me. Eu, sem te ver, sei que me observas.
Posso estar completamente nua à tua frente, despida de tudo mas mesmo assim sinto-me vestida porque nunca conseguirás ver-me se eu não deixar.
Despir-me... não chega para me descobrires.
Começo a andar para trás e deixo pegadas quentes na ténue luz que ilumina os meus pés.
Encontro a parede e toco-a chamando por ti sem falar.
E a distância é consumida pelo desejo na ânsia que de dois se faça um só.
Não me deixas ver-te mas manipulas o teu mistério.
Exausto, beijas-me a mão e esticas o meu braço.
Levas-me de volta aquela sala.
Puxas o lenço que me tapa os olhos e desapareces deixando-me ver apenas aquela mão, novamente na ombreira, na luz que a janela foca em ti.
(resposta a um desafio pedido com a palavra Mistério)
sábado, 17 de outubro de 2009
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Mas que Misterioso momento cheio de sensualidade e que bem escrito... bem... uma pessoa ao te ler fica com calores eheheeh :-)
ResponderEliminarBelo texto... belas palavras as tuas... adorei...
Misterio de uma mão que te queria sem dúvida.
Bjs
Nuno
Pois o mistério do dono da mão permanece...
ResponderEliminarbeijokas e obrigada pelo comentário.